terça-feira, 29 de março de 2011

Conspiração dos Suaçunas


A chamada Conspiração dos Suaçunas, também conhecida por sua grafia arcaica – Conspiração dos Suassunas[1] –, foi um projeto de revolta que se registrou em Olinda, na então Capitania de Pernambuco, no alvorecer do século XIX.
Influenciada pelas idéias do Iluminismo e pela Revolução Francesa (1789), algumas pessoas, entre as quais Manuel Arruda Câmara - membro daSociedade Literária do Rio de Janeiro - , em 1796, fundaram a loja maçônica Areópago (Areópago de Itambé), da qual não participavam europeus.
As mesmas idéias e evento também eram discutidas por padres e alunos do Seminário de Olinda, fundado pelo bispo dom José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho em 16 de fevereiro de 1800. Esta instituição teve, entre os seus membros, o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro (padre Miguelinho), um dos futuros implicados na revolução pernambucana de 1817.
As discussões filosóficas e políticas no Areópago evoluíram para uma conjuração contra o domínio português no Brasil, com o projeto de emancipação de Pernambuco, constituindo-se uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte. Integravam o grupo de conspiradores os irmãos Cavalcanti – Luís Francisco de PaulaJosé Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque e Francisco de Paula–, o último sendo proprietário do Engenho Suaçuna, que daria nome ao movimento.
21 de Maio de 1801, um delator informou às autoridades da capitania os planos dos conjurados, o que conduziu à detenção de diversos implicados. Instaurado o processo de devassa, entretanto, vieram a ser absolvidos mais tarde, por falta de provas. O aerópago foi fechado em 1802, reabrindo pouco mais tarde sob o nome de Academia dos Suaçunas, com sede no mesmo engenho, palco das reuniões dos antigos conspiradores.
O episódio é pouco conhecido na historiografia em História do Brasil, uma vez que a devassa correu em sigilo à época, devido à elevada posição social dos implicados.
O movimento inscreve-se no contexto de Crise do Antigo Sistema Colonial. Apesar da repressão aos envolvidos, os seus ideais voltaram a reaparecer, anos mais tarde, na Revolução Pernambucana de 1817.

Nota
1 Segundo o Formulário Ortográfico de 1943 e o Acordo Ortográfico de 1945, palavras indígenas devem ter a sua ortografia, em língua portuguesa, atualizada de acordo com a onomástica do idioma.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

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